“Quando não termino um livro, sinto-me culpado.”
Esta é uma das frases que mais escuto, quando se apercebem da minha paixão pelos livros.
Vamos combinar, todo mundo já sentiu essa culpa e ela tem uma razão de ser.
A sua origem vem do ritmo da educação tradicional, do tempo em que você tinha a obrigação de cumprir o cronograma para passar no exame nacional. Porque existem leituras que você tem a obrigação de concluir para atingir a melhor nota.
Pensa comigo:
A escola você tem mesmo que terminar, porque ela é a base para saltos maiores na sua educação, mas e a pizza de ontem, com cheiro estranho após esquentar no microondas, você vai comê-la por inteiro para descobrir que está estragada?
E o banho? Pode ficar a meio?
Bem, seria no mínimo estranho você sair por aí com espuma no corpo ou vestígios de shampoo na cabeça.
Como pode ver, cada coisa tem a sua ordem de conclusão baseada na sua finalidade.
Aceite, se você já saiu da escola ou da universidade e não tem exames para fazer, o seu objetivo com a leitura é outro.
Não precisa devorar até o fim por obrigação.
Você não está mais em um regime académico!
Ninguém vai te reprovar se você não acabar o livro.
Defina o seu porquê antes de alimentar culpas a si próprio.
💡É para relaxar a mente?
💡É para aprofundar um tema?
💡É pura curiosidade?
💡É por causa de um filme ou uma série baseada na obra?
Quando o motivo é claro, fica mais fácil refletir e alinhar os propósitos, com estratégias para uma leitura passiva ou ativa.
De repente, a culpa vem do sentimento de não estar absorvendo nada do que lê, por “Ns” motivo, ou o livro é ruim mesmo.
Teste livros e literaturas diferenciadas.
Trabalhe a sua atenção e disciplina, se o livro te oferecer exatamente aquilo que precisas.
Não desista do livro porque ele está difícil, mas porque você reconhece, claramente, que terminá-lo seria uma perda de tempo.
O tempo é o único bem irrecuperável que temos, escolha como usá-lo sabiamente.
De preferência com café.
E sem culpas.
